quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Resenha: Sete Ossos e uma Maldição - Parte Um.

Por: Léo Lima

             Olá leitores do Literama! Em homenagem ao Halloween, o livro da vez será um pouco assustador. Li ele há sete anos, mais ou menos, na época que estudei em colégio militar – sim gente, ele estudou (Alysson falando) - e achei a capa meio assustadora na biblioteca de lá. Inicialmente, achei que o livro seguiria uma linha de raciocínio, mas, na verdade, o livro mostra 10 contos distintos, mas que podem deixar você meio desconfiado na hora de dormir, hehe.

Irei dividir as resenhas em duas partes, já que optei por falar do livro como um todo e sobre cada um dos contos. Espero que gostem!

SINOPSE:

O primeiro conto chama-se “Crianças à venda. Tratar aqui.”. Ele fala sobre Marialva, uma mulher de vida miserável e que tinha nove filhos. Depois de quatro terem morrido de doença ou de fome, ela decide colocar seus filhos à venda, para que eles possam ter uma vida melhor do que ela teve.

O primeiro filho a partir foi Tião, levado por uma família americana, cerca de um mês depois, foi mandada para a família uma foto mostrando ele com brinquedos novos e com uma expressão feliz, e Marialva concluiu que fez a coisa certa. A segunda foi Francineide e em seguida Ronivon.

O seguinte seria Fabiojunio, uma família de Cruz Alta já havia fechado negócio e estava para chegar e ir buscar o menino. Quando o casal chegou, Simara – a irmã mais velha – achou o casal um tanto esquisito, mas ao questionar isso para a mãe, ela dá de ombros e alega que ricos são todos esquisitos.

A cada mês era enviada uma foto de Fabiojunio para a família acompanhada com uma boa quantia em dinheiro, Simara sempre achava a expressão do irmão cada vez mais estranha e triste, mas sua mãe já mal olhava para as fotos, sempre de olho na quantia em dinheiro que vinha junto.

“A última foto era ainda mais impressionante. Solitário, sentado à cabeceira de uma mesa imensa, de madeira escura e polida, Fabiojunio não olhava para a baixela de prata à sua frente, nem para a louça filetada de ouro, nem para os talheres de cabo de madrepérola. Seu olhar tampouco se dirigia para o fotógrafo. Parecia fixar-se num ponto impossível, distante, muito além da realidade.”

Intrigada, ela recorreu ao padre e pediu sua lente de aumento, para que pudesse investigar minuciosamente a foto do irmão. O resultado a surpreende e ela se vê necessitada a ir onde o irmão está para salva-lo deste casal. O fim deste conto acaba sendo bem curioso, pois o fim deixa um diálogo solto, fazendo o leitor imaginar o que realmente aconteceu.

O segundo conto chama-se “Devolva minha aliança”. Pedro e Antônio, dois amigos de infância, costumavam brincar no cemitério ali perto, apenas durante o dia. Mas à medida que eles cresciam, a curiosidade de experimentar coisas novas se sobrepunha ao medo e decidiram se aventurar por ali durante a noite.

Certo dia, Antônio tropeçou numa cruz e caiu no chão, Pedro tentou agarrar o amigo pelo tornozelo, e rapidamente levou um coice do amigo, que estava apavorado. Correram dali e só ao chegar à rua, puderam compreender o que tinha de fato acontecido. Porém, a partir deste dia, Antônio ficou convencido de que se fosse um defunto de verdade, ele teria desferido um coice em seu rosto, e foi isso que ele saiu espalhando por aí.

Pedro já estava ficando de saco cheio e desafiou seu amigo a ir buscar a aliança da noiva que havia sido enterrada mais cedo. Dessa vez ele teria plateia à sua espera na porta do cemitério, e não podia recusar, mesmo estando com muito medo.

Conseguiu pegar a aliança, mas antes de chegar à porta do cemitério ela desapareceu. Depois disto, certas coisas começaram a acontecer com Antônio, e o final desta vez é bem conclusivo.

“Os três cachorros do senhor Heitor, é o nome do terceiro conto. Inicialmente é mostrada a notícia de que Zé Luiz – um garoto de dez anos que vivia na pequena cidade de Bambuzal - morreu. Aparentemente, não haviam marcas de violência em seu corpo, apenas uma expressão de puro medo em sua face. Quem a via podia jurar que ele morreu de susto. Até que reparam que havia marcas de mordidas nos braços e em seu pescoço.

Feita a autópsia, descobre-se que a causa da morte foi ataque cardíaco, provocada por uma fortíssima emoção e que as marcas de mordidas foram muito superficiais para chegar a feri-lo.

Desta forma, Marcelo – amigo de Zé Luiz – fica muito curioso e decide investigar quem matou o garoto – porque disso ele tinha certeza, havia um assassino -.

Caminhando pela cidade ele nota que a casa de dona Zezé estava com luzes acesas, o que era muito curioso já que ela já havia morrido, e, como todos achavam que sua casa era mal assombrada, ninguém ousaria comprar o imóvel. Mas isso era o que bastava! Ele tinha certeza que o motivo da morte de seu amigo estava relacionado a isto.

Assim, ele começa sua investigação à procura de respostas com apenas uma certeza em mente: o culpado era o atual morador daquela residência.

Em sequência, tem-se o quarto conto chamado “Dentes tão brancos. Nele, conta que Andréia havia ido para uma festa de sua amiga Mariana. Era uma festa à fantasia com o tema “Morte”. Assim, os convidados pensavam numa forma de passar dessa pra melhor e arranjar uma fantasia que combinasse com isto.

Chegando lá muito cedo, ela vai para o jardim passar o tempo e acaba conhecendo um violinista de beleza estonteante. Cabelos longos e ruivos, pele pálida, olhos violeta, alto e magro, foram suficientes para “seduzir” Andréia, e ela rapidamente se apaixonara pelo rapaz após um pequeno diálogo.

Prometendo a ela que ficarão juntos, manda-a esperar por ele atrás de uma árvore e, à meia noite, ele irá lá buscá-la. O resultado deste encontro mostra a verdadeira natureza do rapaz e conduz o conto para seu fim.

Logo em seguida, o quinto conto, “O chapéu de guizos”. Conta-se que um garoto de treze anos ouvia vozes desde sempre. Isso nunca o assustou, nem mesmo quando era criança, mas agora, aos 13 anos, estava apavorado com a voz do chinês.
Mexendo nas quinquilharias de sua avó, ele encontra enrolado num pano uma imagem de louça de um chinês. Lembrava muito o senhor Chan, o velho quitandeiro que vendia verduras a sua vó. Misteriosamente, ele havia sido assassinado anos atrás. Além desta semelhança, nada mais o chamou atenção, com exceção de seu chapéu de guizos.

Depois disto, ele decidiu esconder a imagem de louça consigo, quando ele foi dormir a voz pediu para que ele o colocasse embaixo de seu travesseiro. Mas por curiosidade do que por vontade, ele obedece à voz. Ao acordar, não nota nada de diferente consigo mesmo e segue sua rotina.

Coisas acontecem durante este dia, e chegando ao seu término ele entende o porquê do pedido do chinês e quando as peças se encaixam, já é tarde demais.

CRÍTICA:

Bom, primeiramente falarei sobre o que achei do livro em si e depois sobre os contos abordados até o momento. O livro mostra contos de suspense, fantasia e terror, porém não é nada apelativo. A linguagem usada por Rosa é bem direta e envolvente, começa contando suas histórias de forma inocente e sem tanta expectativa e quando você se dá conta está louco para saber o que irá acontecer!

Seus contos têm início, meio e fim, são bem estruturados, e o leitor deve sempre ler os finais atentamente, pois com ele você consegue deduzir bastante coisa – tipo: “O que ele/ela era?”, “Por que faziam isso?”, “Quem fez isto?”, coisas deste gênero -. Achei isto muito bacana, pois, mesmo com pouco texto, você consegue abranger a história de acordo com sua capacidade de dedução.

Outro ponto positivo é que a narrativa te mostra coisas que você faria naquela mesma situação, aposto que assistindo algo de terror você imagina: “Por que diabos ele iria fazer isso?”, hehe.

Um detalhe que gostaria de mencionar é que o livro é nacional. Bom, eu tenho um pouco de receio de ler livros nacionais e não gostar muito, já que os gêneros de livros que gosto são bem raros de serem escritos no Brasil, mas este livro me agradou bastante!

Existem alguns contos que não gostei muito, mas acho que isto vai do gosto de cada um, irei falar agora um pouquinho sobre o que achei deles individualmente:

Conto 1 – Crianças à venda. Tratar aqui.

Achei que a personalidade de dona Marialva se mostrou bastante duvidosa, uma vez que a quantia de dinheiro recebida a fazia prestar pouca atenção às fotos de seu filho. Não gostei disto ter acontecido, pois o início do conto te faz pensar que ela agia de boa fé – e realmente agia – então não achei necessário fazê-la ficar tão interesseira! Mas fora isto o conto foi bastante legal e criativo, e te deixa morrendo de pena de Simara :/       

Conto 2 – Devolva minha aliança

Achei este conto bastante interessante, pois conta sobre algo que muita criança já teve vontade de fazer ao menos eu já tive ._. -. Achei o enredo dele bastante envolvente e te faz criar bastante expectativa quanto ao que está por vir, e isso te impede de gostar do final! Simplesmente não aceito um fim tão fraco pra uma história tão boa, mas foi conclusivo e é o que importa...

Conto 3 – Os três cachorros do senhor Heitor

Este conto foi muito interessante no fator: “Adivinhe como Zé Luiz morreu”. Quando você lê a primeira página, você acha que ele morre por um motivo bastante óbvio, mas quando a história começa a se desenrolar, já é certo quem o matou e só resta o fator: “Por quê? Como?”, e isto é o bacana do conto, ele te faz criar teorias. O final fica em aberto para o leitor tentar adivinhar o que acontecerá, sério, gostei muito da forma como o conto foi passado!

Conto 4 – Dentes tão brancos

Confesso que este conto foi muito ridículo – em minha opinião. Sério, que tipo de garota se apaixona por um cara que acaba de conhecer? E ainda mais, o obedece quando ele a manda não falar com ninguém e apenas esperar por ele atrás da árvore! Claro que tem coisas legais que aconteceram, o final, por exemplo. Foi muito bacana como a história foi concluída, só achei que a autora pecou neste aspecto.

Conto 5 – O chapéu de guizos

Sem dúvidas foi o meu preferido dentre estes cinco primeiros contos. O conto é bem curto e direto, não explica muito o porquê de tais coisas aconteceram, elas simplesmente acontecem, e no final, o último parágrafo com apenas duas frases consegue explicar muita coisa e é aí que entra o fator dedução.
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2 comentários:

  1. Gente não conheço nenhum, sou meio medrosa rsrs mas amei seu post bjus

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